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O hÃfen é um dos sinais que mais causa confusão na lÃngua portuguesa. Há três casos em que o hÃfen aparece:
1º Para separar o verbo do pronome
Quando o pronome está depois do verbo, é obrigatória a presença do hÃfen. Exemplo: vende-se, entregue-nos, encontrei-a. Não confunda formas conjugadas do verbo com verbo+pronome. Por exemplo, vende-se é diferente de vendesse e entregarmos é diferente de entregue-nos.
2º Para separar substantivos compostos
Substantivo composto é quando unimos dois substantivos (por exemplo, guarda e chuva) para formar um terceiro substantivo, com outro sentido: no caso, guarda-chuva. Às vezes, usa-se hÃfen para separar tais compostos. Veja abaixo as regras em detalhe.
3º Para separar o prefixo do radical
Assim como ocorre com os compostos, por vezes o hÃfen separa o prefixo do radical. Por exemplo: tele-entrega, anti-higiênico. Veja abaixo as regras em detalhe.
Uso do hÃfen com compostos
1. Usa-se o hÃfen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação. Exemplos: reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-pega, corre-corre.
2. Usa-se o hÃfen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação. Exemplos: guarda-chuva, arco-Ãris, boa-fé, segunda-feira, mesa-redonda, vaga-lume, joão-ninguém, porta-malas, porta-bandeira, pão-duro, bate-boca.
Exceções: Não se usa o hÃfen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, paraquedismo.
3. Não se usa o hÃfen em compostos que apresentam elementos de ligação. Exemplos: pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vÃrgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra.
Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional, como maria vai com as outras, leva e traz.* Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.
4. Usa-se o hÃfen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação. Exemplos: Belo Horizonte - belo-horizontino, Porto Alegre - porto-alegrense, Mato Grosso do Sul - mato-grossense-do-sul, Rio Grande do Norte - rio-grandense-do-norte.
5. Usa-se o hÃfen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raÃzes, sementes), tenham ou não elementos de ligação. Exemplos: bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraÃso, mico-leão-dourado, andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do-campo, cravo-da-Ãndia.
Uso do hÃfen com prefixos
As observações a seguir referem-se ao uso do hÃfen em palavras formadas por prefixos (anti, super, ultra, sub etc.) ou por elementos que podem funcionar como prefixos (aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo etc.).
1. Usa-se o hÃfen diante de palavra iniciada por h. Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, macro-história, mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano, sub-humano.
2. Usa-se o hÃfen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. Exemplos: micro-ondas, anti-inflacionário, sub-bibliotecário, inter-regional.
3. Não se usa o hÃfen se o prefixo terminar com letra diferente da que se inicia a outra palavra. Exemplos: autoescola, antiaéreo, intermunicipal, supersônico, superinteressante, agroindustrial, aeroespacial, semicÃrculo.
4. Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos: minissaia, antirracismo, ultrassom, semirreta.
Em casos particulares, sugiro consultar o Vocabulário Ortográfico da LÃngua Portuguesa.
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