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Entrevista com Tônio Caetano, vencedor do Prêmio Sesc de Literatura



O escritor Tônio Caetano foi o vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2020, na categoria Conto. Entre 1.358 inscrições, 666 delas com livros de Conto, Tônio venceu o renomado concurso com o livro "Terra nos Cabelos".

Tônio foi aluno do Curso de Formação Livre de Escritores da Metamorfose e atualmente é aluno da Ana Mello no Grupo de Leitura e Escrita Criativa da Metamorfose Cursos.

Foi com grande alegria que a Ana falou sobre essa conquista do seu aluno: “Fiquei muito feliz com a premiação do Tônio porque é o reconhecimento do talento e do esforço em melhorar constantemente o texto, o que ele demonstra desde o primeiro dia no grupo de segunda-feira. Também por comprovar o poder de transformação dos grupos de criação e discussão literária, que reforçam a capacidade de escrita diária, de análise e crítica do próprio texto e de outros e a virtude de aceitar e fazer críticas com empatia. Por isso, estamos todos felizes no grupo e na Metamorfose”.

Confira na íntegra a entrevista que fizemos com Tônio Caetano:

Como é a tua relação com o gênero contos? É o teu preferido? Por que escolheu este tema para concorrer ao prêmio?

Quando comecei a escrever, muito era tentativa de compreender o mundo, as minhas questões. Com a primeira oficina de escrita criativa, mudei o olhar sobre a escrita. Tanto que a primeira coisa que fiz foi deletar o blog que eu tinha. Depois busquei um distanciamento de textos mais autobiográficos. Sei que o autor de alguma forma sempre está no texto, mas é importante para mim que os personagens tenham vida própria.

O conto é a forma literária que mais exercitei. Principalmente depois que fui aluno do Curso de Formação da Metamorfose. Gosto da extensão, quanto é possível mudar o narrador, a personagem, o rumo e perceber o que é melhor para a narrativa. Com o romance, já seria mais complexo, em termos de tempo e elementos narrativos.

O livro Terra nos Cabelos foi pensado todo com personagens femininas. Escrever estes contos foi um exercício de compreensão, de refletir sobre outras perspectivas. Apostei na mudança possível em personagens durante a narrativa. Quando publicaram o edital do prêmio, não foi propriamente uma escolha, o conjunto de contos já estava escrito. O que fiz foi revisar e tentar deixar o livro mais orgânico.

Você se preparou para concorrer a concursos literários e para este em específico? De que forma?

Não me preparei diretamente para concursos literários. O que fiz foi tentar encontrar meu caminho na escrita. Por isso, mantenho presente a leitura, as oficinas de escrita e as discussões de textos com amigos. A troca é fundamental para mim.

Quais eram as tuas expectativas em relação ao prêmio SESC de Literatura?

O Prêmio SESC de Literatura foi o primeiro concurso de livro inteiro de que participei. Desde que fiquei sabendo o que o prêmio representava, eu quis me inscrever. E passei a querer mais depois de que o Tobias Carvalho venceu em 2018. Com a vitória dele, o prêmio ficou mais próximo. Isso é muito importante, quando as possibilidades ficam menos distantes a ponto de a gente entender que também pode tentar.

No ano passado, eu já poderia ter me inscrito, mas achei que não era a hora. 2019 foi um ano em que publiquei contos em coletâneas e segui escrevendo, estudando e revisando meus textos.

Todo inscrito quer ganhar, mas, pela quantidade de concorrentes, essa possibilidade fica um tanto no plano dos desejos. A minha expectativa era de que os jurados tivessem um olhar semelhante ao dos amigos e amigas que leram algum conto meu e disseram que gostaram.

Tente descrever as transformações que este prêmio trouxe para a tua vida. Sentimentos, autoimagem, reconhecimento, novas oportunidades.

Os sentimentos estão a mil, cada dia é algo diferente para pensar, para responder – estas perguntas aqui, por exemplo, muitas não estavam postas desta forma no meu horizonte antes do resultado do prêmio.

Sou uma pessoa que gosta de estar rodeada de amigos, mas as reflexões costumam ser solitárias. Estou tentando entender este momento, principalmente porque o livro só sai em Novembro. E tem o carinho todo que tenho recebido. Eu não estava preparado. Acho que nenhum premiado está. Espero que os contos falem mais do que eu poderia dizer de mim.

Qual a dica ou as dicas que você gostaria de dar aos escritores que sonham em ganhar prêmios?

Trabalhar a escrita como se não houvesse prêmios. Essa seria a principal dica, principalmente em relação ao Prêmio Sesc de Literatura. Quem acompanha este prêmio sabe que as obras vencedoras ao longo do tempo são bem distintas. As comissões de avaliação também são diferentes de um ano para outro.

Em relação aos demais concursos literários – falando em tese, porque não sou uma pessoa com histórico de participações em prêmios –, recomendaria também o estudo das características do prêmio desejado e a leitura das obras vencedoras em anos anteriores. E tentar.

Cinthia Dalla Valle

 

 

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