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Escrita para jovens

Conversamos com Mario Augusto Pool sobre escrita para jovens. O autor está lançando o seu segundo livro, “Parada 90”, que é voltado para este público, no dia 06/11, às 19h30, na Feira do Livro de Porto Alegre.

Mario Augusto Pool nasceu em Rio Grande, em 1964, e fez da vida acadêmica a sua profissão. Formado em Pedagogia Multimeios e Informática Educativa, é Doutor em Educação e atua como gestor educacional no ensino superior. Casado, pai de três filhos e avô de um neto mora em Porto Alegre por adoção e paixão.

Como escritor, além de artigos lançados em periódicos nacionais e internacionais, publicou duas obras que tratam do comportamento da juventude frente às novas tecnologias. Lançou-se como escritor ficcional em 2016 a partir da sua formação nos cursos da Metamorfose. Publicou "No Nevoeiro" (2018), "In The Fog" (versão inglês de No Nevoeiro - 2019), e também participou das coletâneas “Diálogos” (2016), “Anti-Heróis” (2017), “Contos de Mochila” (2018), "Banquete" (2019) e "Planeta Fantástico" (2019).
Confira abaixo a entrevista completa.

Você está publicando seu segundo livro para jovens. Como surgiu o interesse em escrever para este público? Algo a ver com o fato de você ser professor?

A escrita juvenil sempre me encantou, pois o meu primeiro livro, embora nunca publicado, foi escrito quando eu tinha 17 anos. Mas, como professor, entendo que o escritor também é chamado para trabalhar na "base dos leitores", como se faz em outras carreiras. Formar leitores em um país onde pouco se lê é fundamental para que, nas próximas gerações, tenhamos uma população mais interessada e afeita à literatura. Sou escritor de narrativa longa e, por definição de carreira, desejo lançar sempre um livro juvenil por ano, quero compor um público e contribuir para formar mais leitores.

Como é escrever para jovens?

Uma tarefa muito prazerosa e ao mesmo tempo cuidadosa. Exige técnica e percepção. A forma como os termos são abordados e como as narrativas são construídas merecem sempre boas revisões e cuidados com a linguagem. Chegar próximo ao estilo de como os jovens se comunicam e ter cenas envolventes garantem a fidelidade do público juvenil. Acho importante cuidar a forma de abordar assuntos mais polêmicos dentro da narrativa, temas polêmicos devem ser tratados de forma clara, mas sem deixar perder a magia da história.

Por que escolheu escrever para este público?

Porque acredito ter boas ideias para construir histórias de aventura e enredos próximos ao que os jovens vivem hoje. Tenho dois filhos ainda adolescentes e acompanho muito o ritmo de vida deles. Esta convivência alimenta a minha criatividade para bons personagens juvenis e também boas histórias.

O que você considera importante em um texto escrito para jovens?

Coerência entre as cenas e histórias que possam desenvolver a crítica e a percepção de como as coisas acontecem. Ter textos claros e ao mesmo tempo com questões subentendidas provoca e aguça a curiosidade.

O livro “Parada 90”, que será lançado na Feira do Livro de Porto Alegre, teve origem em uma série para TV que você produziu em 2009. Como foi a experiência com a série e agora com a escrita deste livro?

Foi uma experiência diferente e importante porque conectei com o meu passado em uma época de muita expressão cultural na minha vida. Já para construir o texto do livro precisei de ajuda, pois transformar um roteiro em livro não é uma tarefa fácil, são semióticas diferentes. Mas fui acolhido por vários amigos escritores e revisores e consegui concluir a tarefa. O "Parada 90" ficou com um texto gostoso de ler sem perder a narrativa da série feita para a TV.

Suas duas histórias mostram uma jornada do jovem em uma aventura que acaba se revelando um amadurecimento do próprio personagem, um encontro consigo mesmo. Nesse sentido, essas obras, embora tenham protagonistas jovens, não poderiam ser lidas por pessoas de qualquer idade?

Felizmente isso está acontecendo. Recebi muitos relatos de pais e adultos que leram o livro "No Nevoeiro", espero que aconteça o mesmo com o "Parada 90". O público adulto já foi adolescente, acredito que nunca perdemos a vertente de ser jovem. Ler livros juvenis faz bem para qualquer adulto, traz novas informações e, quando o escritor consegue ser fiel ao comportamento e à linguagem juvenil, acaba por realizar uma aproximação geracional. Eu mesmo leio muita literatura juvenil para aprender o estilo e pelo prazer em ler narrativas que talvez eu tenha vivido na minha juventude.

Que semelhanças e diferenças você apontaria entre suas duas obras juvenis, No Nevoeiro e Parada 90?

O primeiro livro é uma novela onde o personagem praticamente vive a história sozinho. Suas decisões e ações são os elementos transformadores na sua vida. Já no livro "Parada 90”, o personagem Pedro tem que lidar com todo o seu grupo de pertencimento, seus pais, seus avós, o amigo Ramon e a sua amada Anita. É um livro em que o envolvimento, a convivência e as lições vindas de cada personagem vão mudando Pedro e fazendo com que amadureça.

Quais obras você indicaria para um escritor iniciante que quer começar a escrever para jovens?

Acredito muito na atual geração de escritores gaúchos que vem povoando as nossa livrarias com obras especiais e contextualizadas, tenho aprendido muito com eles. Cito o amigo e escritor Luis Dill, com as obras "Letras Finais", "Todos contra Dante", e o sensacional "100 mil seguidores”. Também sugiro o parceiro Gilberto Fonseca, com "A casa no fim da rua", e o meu editor e também amigo Marcelo Spalding, com os premiados "A cor do outro" e "Vencer por linhas tortas".

entrevista com Mario Pool

 

 

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