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Literatura Policial

O gênero de literatura policial exige do autor diversas habilidades, como criar um bom suspense e saber montar um quebra-cabeça em forma de história para prender o leitor até o final do livro. Para esclarecer dúvidas sobre o assunto, convidamos Duda Falcão para uma breve entrevista.

Duda publicou seu primeiro romance de aventura, intitulado Protetores, em 2012. No ano seguinte, publicou a antologia de contos Mausoléu – uma coletânea com textos inéditos e outros publicados desde 2009. Lançou pela AVEC Editora os livros: Treze e Comboio de Espectros. De 2013 a 2016, durante quatro edições da Feira do Livro de Porto Alegre, foi curador do Tu, Frankenstein. Também é um dos idealizadores da Odisseia de Literatura Fantástica que ocorre na capital gaúcha. Fundou a Argonautas Editora, que publica obras com destaque para os gêneros fantásticos. É professor universitário licenciado em História, especialista em Literatura Brasileira, mestre e doutorando em Educação. Leciona oficinas de Escrita Criativa e Literatura Fantástica.

Escrita Criativa: O que é uma boa história de suspense?

Duda Falcão: Creio que seja uma história capaz de manter a expectativa do público através de eventos sucessivos de tensão. É possível forjar a tensão com o aumento constante de um perigo. O risco iminente de uma morte, de um sequestro, de um assalto mirabolante, da explosão de uma bomba, entre outros, são alguns dos temores interessantes para explorar reações de medo e sensibilizar o público. Uma ótima história de suspense é Psicose de Robert Bloch – o livro está entre os meus preferidos.

EC: Qual é o segredo para prender o leitor em uma história de suspense?

Duda: Criar tensão ao longo da narrativa e aumentá-la de maneira progressiva. Também é importante mostrar que o “mundo” do protagonista está em desordem ou em risco de se esfacelar. Este é o método que costumo utilizar em alguns de meus contos de horror e policiais.

EC: Devemos dar dicas ao leitor sobre o desfecho do mistério do livro ao longo da escrita?

Duda: Escrever uma história de mistério é como montar um quebra-cabeça. Para que o leitor possa montá-lo é necessário que receba pistas do autor. Assim, é trabalho do autor inserir pistas falsas e verdadeiras até o desfecho do mistério. Saber embaralhar as pistas e proporcionar uma conclusão que convença o leitor demonstrará o talento narrativo do autor.

EC: Quando começamos a escrever um livro que contém um conflito de mistério/suspense, já temos que ter em mente qual será o final, ou podemos ir apenas escrevendo e ver no que dá?

Duda: São dois modelos diferentes de escrita. Os dois são válidos. Depende mesmo da habilidade do escritor. Para alguns autores o que vale é o caminho e não o final. Outros encaixam peças ao longo de todo o texto para arquitetar o final almejado.

EC: Como não cair em clichês na hora de elaborar histórias de literatura policial?

Duda: É fundamental se afastar do estereótipo e do previsível. Vale dedicar tempo na construção de personagens complexos e de mistérios com características marcantes. Para isso, é bom conhecer alguns cânones da literatura policial, seus subgêneros e cruzamentos.

EC: É mais comum lermos narrativas longas policiais, mas é possível escrever narrativas curtas (contos) de literatura policial?

Duda: Sem dúvida é possível escrever narrativas curtas. Tanto que são muitos os exemplos de antologias de contos e publicações de revistas especializadas como a Alfred Hitchcock Mystery Magazine e a Ellery Queen Mystery Magazine. E não podemos esquecer que Edgar Allan Poe, um dos maiores mestres contistas, escreveu histórias do gênero no início do século XIX.

EC: O termo literatura policial abrange que subgêneros? Livros com histórias do personagem Sherlock Holmes (de detetive) são considerados policiais. E Cidade de Deus, por exemplo?

Duda: Os subgêneros são muitos. Podemos citar alguns exemplos que muitas vezes se cruzam como os romances noir, o thriller ou suspense, o haird-boiled, o mistério do quarto fechado, entre outros.

Sim, livros de detetive como o Sherlock Holmes são policiais.

Cidade de Deus é um drama de ação e não bebe de uma vertente clássica do policial ou de seus subgêneros em que um detetive ou investigador/curioso é o protagonista e precisa solucionar um mistério.

EC: Quais autores você indica para inspirar a escrita de uma obra de literatura policial?

Duda: A lista de obras e escritores é gigantesca. Portanto, talvez seja bom começar por estes autores que são pilares: Edgar Allan Poe, Arthur Conan Doyle, Agatha Christie, Raymond Chandler, Dashiell Hammett.

 

 

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